"Será que eu me afogo aqui?"
Já era o terceiro copo de vodka com energético, e esse, parecia não ter fim.
Deslizava o dedo indicador da mão direita sobre a borda do copo de plastico transparente, enquanto só conseguia pensar numa coisa.
"Queria que esse copo tivesse mais de 1,60m de profundidade, se eu não conseguisse morrer afogada, eu morreria de cirrose..."
Durou quase uma hora, ou talvez um pouco mais para acabar com aquele ultima e fatal dose.
Depois daquilo, as coisas mudaram de figura, perdeu a noção e os sentimentos, que foram magoados, alias, magoados não! Destruidos, pisoteados, humilhados...
Fora a madrugada mais torturante, doia a cada olhada, a cada passo, a cada respiração. Parecia que não ia acabar nunca, olhava a hora a cada meia hora, enquanto parecia que tinha passado 2 ou 3 horas, eram apenas 30 minutos que haviam se passado.
E sem explicação, como tudo que já tivera acontecido, desde sempre. Sem motivo algum, algumas palavras rudes, crueis, que com certeza ficaram martelando na cabeça durante horas, e com certeza duraram por dias.
E assim permanece, sentindo-se a pessoa mais menosprezada e destruida que já havia visto.
Valeu a pena?
Ainda queria que aquele copo tivesse profundidade suficiente para me afogar...
